quinta-feira, 19 de abril de 2012

O ouro

Bandeirante


                                                      Ceci
   Cecilia  avistou    Peri  pela janela do quarto e se surpreendeu ,a menina  deixou a timidez e foi até a janela chamou  Peri em, então o índio contente correu em direção da casa enquanto  Cecilia  estava chamando seu pai. O  índio  presenteou Cecilia e abriu a  tampa de uma caixinha  de   palha  e saiu  beija flores, a menina ficou  encantada   e admirada  com os beija flores  que  rodeava sua cabeça. Então  Peri conseguiu  conquistar  o carisma da menina, mas ao passar de três meses  Cecilia  continuava fria e ingrata, quando o índio se aproximava então sua reação era de desespero e fuga.  Assim Peri apelidou  a amenina de  cesi  pois o significado da língua guarani era doer e magoar.

Brasão da Família Mariz


Brasão da Família Mariz (família de Cecília), citada no primeiro capítulo do livro.

Indio Guerreiro

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Loura e Morena

   No Jardim de minha casa no Papequer, minha filha, Cecília, se balançava em uma rede de palha, presa aos ramos de uma acácia silvestre, que ao estremecer deixava algumas de suas flores cair.
   Seus olhos azuis, meio cerrados, abriam-se de repente para se embeberem de luz, e fechavam-se novamente revelando suas pálpebras rosadas. Seus lábios, vermelhos e úmidos pareciam uma flor da gardênia, seu hálito doce e ligeiro exalava-se formando um sorriso. Sua pele macia e pura como um “froco” de algodão, tingia-se nas faces de cor-de-rosa. Seus longos cabelos louros, enrolados em tranças, caiam em volta de seu pescoço presos por uma rendinha finíssima de fios de palha cor de ouro.
   Sentada ali, brincava com um ramo de acácias, observando as nuvens, e sonhando com que elas se abrissem e caísse aos seus pés um lindo cavalheiro com quem sonhara, porém lhe aparecerá um selvagem.  
   Era um tipo totalmente diferente do dela, brasileiro em toda sua graça, formosura, com o encantador contraste de “languidez” e macia, indolência e vivacidade.
   Com seus olhos grandes e negros, rosto moreno e rosado, cabelos pretos, lábios desdenhosos, sorriso provocador, o que dava-lhe um irresistível poder de sedução.
   Ao abrir os olhos, Cecília deparou-se com Isabel, minha sobrinha e sua prima, e as duas começaram a conversar. Logo após chegam ao edifício Sr. Álvaro e seus homens. E as duas dirigiram-se ao lado da entrada.

Filme "O Guarani".


Filme O Guarani, baseado na obra de José de Alencar, 1996. Direção: Norma Bengell.

Cenário

   As margens do Rio Paquequer, no Rio de Janeiro, localiza-se minha casa, construída sobre uma eminência e cercada por uma muralha de rochas.
   A casa é edificada com a arquitetura simples e grosseira, que ainda apresentam nossas primitivas habitações. Nela se encontram 5 janelas de frente, baixas, largas, quase quadradas. Ao lado direito, fica a porta principal, que dá para o pátio. A esquerda, se localiza  uma “asa” do edifício, com duas janelas que dão para um desfiladeiro, é lá também onde se localiza nosso pequeno jardim. Aos fundos, localiza-se dois armazéns, que servem de  morada para aventureiros.
   Dentro da casa, na sala principal, sobre a porta de centro, localiza-se o Brasão da Família, desenhado de armas em campo de cinco vieiras de ouro, riscadas em cruz entre quatro rosas de prata sobre palas e faixas.
   Aqui moramos eu (D. Antônio de Mariz), junto de minha mulher (D. Lauriana), meu filho (D. Diogo de Mariz), minha filha (D. Cecília) e minha sobrinha (D. Isabel).
   O local foi me cedido pela Coroa Portuguesa, em remuneração a minha lealdade com a mesma, à qual irei servir pelo resto de minha vida.